Conversas de Clubhouse: voz como conexão

by Luiz Gustavo Pacete

Voz aproxima, cria intimidade, estimula a imaginação e possibilita atividades paralelas. Essas são algumas definições de Simone Kliass, locutora publicitária, women in voice lead ambassador e SXSW speaker, sobre o papel de um recurso de comunicação humano tão importante e que, de certa forma, explica o boom do Clubhouse, vale lembrar, é claro, entre os usuários de iOS.

Essa foi uma, dentre várias reflexões da sala “Revolução da voz: o que vem depois do Clubehouse?”, nesta quinta-feira, 18, no Marketing Future Today dentro da plataforma de voz.  De acordo com Simone, o boom da voz já era algo que vinha sendo estudado há alguns anos já que o voice é uma forma de comunicação inerente a várias plataformas.

“Eu já acompanhava o crescimento do áudio desde o SXSW de 2019 com várias sessões sobre podcasts, voz como interface, sound branding e outros temas relacionados. De lá para cá, estamos ouvindo falar cada vez mais de flash briefings, interactive brand storytelling, áudio séries e localização de assistentes de voz”, explica Simone.

A quantidade de termos mencionados por Simone dá, inclusive, uma dimensão da diversidade de possibilidades e formatos neste universo e, de certa forma, também coloca em perspectiva o fascínio dos usuários pelo Clubhouse. “A voz revela muito mais do que um emoji, traz à tona a personalidade, o estado de espírito e a a vivência da pessoa. Estamos cansados de telas de reuniões no zoom. Nas interações do Clubhouse, ninguém precisa ver se a luz está boa, o fundo bonito, o cabelo arrumado e por aí vai.”

Voz como imersão

Além de tratar os aspectos humanos e de empatia da voz, Simone trouxe a perspectiva de tendências de imersão, como o conceito de realidade estendia, ou XR, na sigla em inglês. “Nas experiências imersivas, a voz é um instrumento poderoso de conduzir o olhar de quem participa da experiência somado aos efeitos sonoros e a trilha”, explica. Simone, inclusive, foi a narração da versão em português de The Line, narrativa imersiva desenvolvida pela Arvore, vencedor do Primetime do Emmy em Interactive Media.

Além da imersão, Simone destacou a possibilidade interativa e do conceito de Metaverso. “As experiências compartilhadas, que possuem a voz como elemento, geram conexão e memória. No ano passado, cheguei a participar de eventos no Metaverso e percebi a conexão entre elementos como o vento, por exemplo, e outros, potencializados pelo som”, explica. “Inclusive, neste período de isolamento, experiências com o corpo se tornaram necessárias, mover objetos, dançar e outras, algo que já é possível realizar no universo virtual.”

O futuro da voz (e do Clubhouse)

Em relação ao futuro da voz como plataforma e, sobretudo, do Clubhouse, Simone ressalta que é importante entender a entrada de novos usuários assim que ela estiver disponível para o sistema Android e um aumento na capacidade de salas e usuários. “No que diz respeito às marcas dentro do Clubhouse, áudio branding segue como um grande território a ser explorado. Além disso, em uma perspectiva futura, vale observar a entrada de novos players como Twitter e busca de interatividade através do áudio em outras plataformas como o app Running Stories, por exemplo.”

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