O game nos últimos tempos, por Rodrigo Tigre

by Marketing Future Today

Que o isolamento social impactou a vida e a forma de consumo das pessoas, não é segredo e muito menos adivinhação para ninguém. Todos os setores tiveram mudanças, sejam elas negativas ou positivas. Não me interprete mal, não estou falando que essa situação toda provocada pela Covid-19 foi boa, apenas estou apresentando um fato de que algumas coisas saíram ganhando com a quarentena em si e não com a doença.

Rodrigo Tigre

Um caso que vem aumentando sua popularidade e interesse, e não é desde o ano passado ou mesmo de 2021, são os jogos eletrônicos. Não é de se surpreender que eles ganhariam ainda mais destaque nos últimos tempos. Afinal, ficar confinado em casa “limita” suas opções de lazer e entretenimento quando comparado ao que se costumava fazer quando se era possível sair de casa.

De acordo com a Pesquisa Game Brasil de 2021, o consumo realmente cresceu, pois 75,8% dos brasileiros afirmaram jogar mais durante a pandemia. E se engana quem pensa automaticamente naquele estereótipo de gamer de antigamente, pois os dados mostram que 51,5% do público que joga é formado por mulheres. Pra você que se surpreendeu um pouco com isso (ou não), eu te explico ainda o porquê.

O smartphone. Isso mesmo, essa é a explicação. O fato das mulheres serem a maioria entre os gamers é por causa do tamanho do mercado de smartphones, onde existe uma dominância das mulheres (62,2%). O celular não só gerou esse aumento do público feminino como também viabilizou a ascensão de pessoas de classes sociais baixas e médias no universo dos jogos.

Como já comentei em outros artigos, o smartphone é democrático, tendo um preço acessível, coisa que não acontece com os consoles ou computadores. Ele é a plataforma que está fazendo o game deixar de ser elitizado e podemos perceber isso devido ao fato de que quase a metade dos consumidores de games no Brasil (49,7%) são das classes C1, C2, D e E.

A plataforma é tão atrativa que, inclusive, a maioria dos brasileiros preferem o celular na hora de jogar (41,6%) e jogam mais por meio dele, pois 40,8% do público afirma jogar todos os dias em seu smartphone, enquanto no pc essa porcentagem é de 19,6% e no console ela cai ainda mais, para 15%.

Além disso, 59,2% já baixaram um jogo depois de ser impactado por uma propaganda publicitária. E vale ressaltar que, mesmo a maioria dos jogos para celular serem gratuitos, isso não é desvantagem alguma para o desenvolvedor, já que as pessoas ainda assim gostam de investir recursos em novos cenários, acessórios ou coisas que as ajudem a avançar de níveis. E durante o isolamento, 42,2% disseram ter investido mais dinheiro em jogos.

Enfim, os games são parte da rotina e do lazer da população, principalmente em tempos como o que estamos vivendo. Tanto que a PGB 21 mostra uma inversão de números quando comparada à edição de 2020. Pela primeira vez, a maioria das pessoas estão se considerando gamers (61,6%).

Sendo uma das principais formas de diversão hoje em dia para os entrevistados (78,9%) e uma forma extremamente importante de interagir tanto com amigos (51,5% dos jogadores realizaram mais sessões de partidas online com amigos) quanto com familiares (84,1% dos pais costumam jogar com seus filhos).

O cenário é de incertezas e inseguranças para o mundo todo, mas o que estamos evidenciando é que o mercado de games está em ascensão e, ao que tudo indica, não pretende parar de crescer tão cedo, ainda mais que não são só consumidores que estão interessados e apaixonados por ele, mas as empresas também.

Seja como for, talvez nem o céu seja o limite para um universo infinito como o da tecnologia somada aos jogos.

Rodrigo Tigre, Country manager da Cisneros Interactive

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