Scott Galloway: “a próxima era do varejo será liderada pelo a-commerce”

by Luiz Gustavo Pacete

O grande desafio do e-commerce, bem como a atuação das marcas neste ecossistema, não é sobre o que fazer, mas sobre o que não fazer. Principal presença do Mercado Ads Awards 2021, segunda edição do prêmio realizado pelo Mercado Ads, na sexta-feira, 10, Scott Galloway, professor de marketing da NYU Stern School of Business, conversou com Juan Lavista, diretor sênior de marketing, growth e insights do Mercado Livre, sobre o impacto da digitalização no varejo, bem como a relação cada vez mais crescente entre algoritmos, conteúdo e vendas.

Para Scott, estamos entrando na era do a-commerce, onde as vendas no mundo digital serão cada vez mais baseadas em algoritmos e impulsionadas por conteúdo, como vídeo, por exemplo. O próprio Mercado Livre, lançou, em novembro, sua plataforma de lives, onde a grande aposta agora é possibilitar que os vendedores possam se utilizar do conteúdo ao vivo para potencializar a conversão em vendas. Veja outros insights tirados da participação de Scott no Mercado Ads Awards relacionados à mídia programática e as novas dinâmicas de consumo no varejo.

“O maior erro do marketing é achar que escolhas são coisas boas. Escolhas não são coisas boas. As pessoas não querem mais se perder em centenas de opções.”

O que aconteceu com o e-commerce?
“Nos Estados Unidos, estávamos com 18% de todo o varejo representado nos canais digitais do e-commerce. Em março de 2020, este percentual já tinha saltado para 28%. Tivemos praticamente uma década de aceleração em oito semanas. E isso aconteceu durante a pandemia, e em muitos segmentos, o trabalho foi um deles. Nós tivemos a oportunidade de chegar a alguns níveis de eficiência que não voltam atrás. É o ressurgimento do varejo baseado em loja física, mas também é uma nova dinâmica do varejo potencializado com o e-commerce.”

O vídeo como aliado de conversão
“Neste contexto, o vídeo passa a ter um papel ainda maior no e-commerce. A China já nos mostra isso com taxas de conversão muito relevantes. Além disso, temos a venda algorítmica, que é pouco explorada. O grande desafio das empresas agora é saber como apresentar o produto certo, na hora certa e que faça sentido para as pessoas. Eu não ficaria surpreso, inclusive, de empresas capitalizadas criando e comprando plataformas e soluções adjacentes. Ou seja, um e-commerce tendo sua fintech. Ou um outro movimento, tendo empresas de e-commerce começando a comprar companhias de conteúdo.”

Bem-vindos à era do a-commerce
“Veremos cada vez mais a compra baseada em algoritmos. Ela já existe, não é uma novidade por si só, mas pode ser mais bem explorada e potencializada. Eu vejo que o TikTok é a rede que pode fazer isso, muito mais até que Netflix, pois eles possuem um dos algoritmos mais poderosos do mundo. Mas não é só sobre isso, é sobre treinar e melhorar a eficiência desses algoritmos baseados na melhor assertividade de escolhas das pessoas. Em resumo, eu diria que a era do a-commerce será marcada por algoritmos que consigam ser calibrados no desejo das pessoas.”

“O mercado se acostumou a trabalhar sempre com um denominador comum para a mídia programática. Agora, estamos entendendo e descobrindo que existe a oportunidade de criar mais valor e escapar deste ciclo”

O paradoxo da escolha
“O maior erro do marketing é achar que escolhas são coisas boas. Escolhas não são coisas boas. As pessoas não querem mais se perder em centenas de opções. Elas querem ser apresentadas a menos produtos, mas nas quais façam mais sentido e sintam confiança. E é aqui que o a-commerce fecha seu ciclo. Porque tudo aquilo que já dissemos anteriormente de, por exemplo, a Nike conhecer meu ritmo de treino, o que já é feito, pode servir como referência e com cada vez mais precisão para qualquer transação. A era do a-commerce é sobre menos escolhas, e foco naquilo que faz sentido.”

Agregando valor à mídia programática
“O mercado se acostumou a trabalhar sempre com um denominador comum para a mídia programática. Agora, estamos entendendo e descobrindo que existe a oportunidade de criar mais valor e escapar deste ciclo. Não sei se o blockchain aqui é só lenda, ou pode ser uma tecnologia relevante. O mais importante é entender que temos vários tipos de tecnologias que podem acelerar a maneira como fazemos programática atualmente.”

Para assistir à entrevista completa de Scott Galloway acesse ao link abaixo:

0 Comentário

CONTEÚDO RELACIONADO

DEIXE UM COMENTÁRIO